«Todas as coisas estão ligadas, quer vejamos as conexões ou não» (Clarence J. Laughlin) |
Ligações
Aqui incluiremos as «ligações» seleccionadas de acordo com os nossos interesses pessoais, sejam eles de ordem científica ou de diversão e/ou passatempo. Será o mais restritiva e o mais abrangente possível (por muito que isso pareça paradoxal), correspondendo, também ela, a uma interactividade de interesses e viagens feitas pelos mares, quantas vezes "encarpelados", da Net. Esta secção será construída calma e "dolorosamente" ao longo dos tempos, esperando poder registar algumas surpresas...
São vários os nossos interesses, todos eles, de um modo ou de outro, a tender para a interdependência e interactividade (mesmo quando é difícil descortiná-la...). O que se tem destacado é o que se refere ao tema da fenomenologia da Consciência (sobretudo na sua vertente mítica e simbólica) e às problemáticas pessoanas (quer ao pensamento quer à edição - crítica - da sua obra). Mais recentemente, por se tratar sempre, sobretudo, de "pensar" e de estabelecer os nossos pontos de referência e modos (mutantes) com que se «escreve» a nossa Modernidade, evidentemente, temos reflectido e investigado essa vasta àrea, mas recentíssima em termos científicos e académicos, da Ludologia/Game Studies e dos Novos Média..
Ao fim e ao cabo, trata-se sempre de investigar as várias modalidades de representação e performance da realidade por relação à construção arquitectural das formas de mediação que lhes servem de suporte. Ora, se os "deuses" mais não são do que figurações dessa estética e ética do aparecer, em que "o mito é o nada que é tudo" (Pessoa); então, neste "a cuidar de" que, etimologicamente, a cultura é, tem sentido passar-se pela palavra pessoana (filologicamente tratada) (já o velho Heraclito, num dos seus fragmentos oraculares dizia que "não me deveis escutar a mim, mas ao Logos"...) a caminho das outras mediações heteronímicas que hoje surgem com o advento do "sujeito maquínico". É que, a limite, como Poe escreveu num dos seus contos sobre "o jogador de xadrez", e lembramos no nosso texto de apresentação, há sempre um homem dentro da máquina, qual Matriochkas feitas gente, mesmo quando esse "dentro" se mascara de exterioridade e/ou de vazio/ôco e a última máscara (parafraseando Álvaro de Campos) "está colada à cara!".
Por tudo isto, talvez seja tempo de se tentar pensar a "imediação" espontânea que subjaz ao excesso de mediações, tentando encontrar o terceiro elemento que foge ao carácter binário de qualquer máquina. Para isso é preciso, sem dúvida, reinventar o léxico que anda associado à experiência, seja ela da arte, das tecnologias, dos sistemas virtuais ou de quaisquer outras formas de comunicação, não nos esquecendo (e nisto, como noutros casos, a deusa Mnéme é essencial...) daquela narrativa órfica que nos ensina que "antes de ser seduzida por Zeus sob a forma de uma serpente e de conceber Dioniso, Perséfone, abandonada por Deméter na gruta de Cíane, tinha começado uma tecelagem na qual estaria representado todo o Universo".
É esse labirinto dedálico que se entretece no Universo das redes, digitais e/ou analógicas (e do sujeito nelas) e que também se tenta «entretecer» nas várias «Ligações» (que colocamos à disposição de toda a comunidade científica e académica) destas nossas «Escritas Mutantes».